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Salário mínimo 2025: valor atualizado e quanto deve aumentar em 2026, 2027, 2028 e 2029

Publicada em 25 de agosto de 2025

O valor do salário mínimo 2025 é de R$ 1.518, segundo comunicado emitido pelo governo federal após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionar o Orçamento 2025.

O aumento do piso nacional foi de R$ 106 (7,5%) em relação a 2024, quando estava fixado em R$ 1.412. Apesar de o presidente ter sancionado o orçamento só em abril, o reajuste no salário mínimo começou a valer oficialmente a partir do dia 1º de janeiro de 2025, sendo pago aos trabalhadores já em fevereiro.

Já para 2026, o governo federal prevê um salário mínimo de R$ 1.630, um aumento de 7,37% em relação a 2025, conforme previsto pelos ministérios da Fazenda e do Planejamento e Orçamento no Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) do ano que vem. Segundo o mesmo documento, o salário mínimo deve ser o seguinte para os três anos seguintes:

2027: R$ 1.724,00 (aumento de 5,76%);

2028: R$ 1.823,00 (aumento de 5,74%);

2029: R$ 1.925,00 (aumento de 5,59%).

O salário mínimo é a base de remuneração para trabalhadores brasileiros, estabelecido na Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), para a jornada de 44 horas semanais — ou 8 horas diárias.

 

Além de beneficiar as pessoas que estão no mercado de trabalho, o valor do salário mínimo serve de parâmetro para o reajuste dos salários no funcionalismo público, para fixar o piso das aposentadorias e de benefícios sociais, como o Bolsa Família.

 

Quanto é o salário mínimo líquido após os descontos?

Os trabalhadores que ganham até dois salários mínimos (R$ 3.036) são isentos de desconto do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), mas há o desconto de alíquota referente ao INSS de 7,5% para quem ganha um salário mínimo ou 12% para quem ganha dois salários mínimos.

Desta forma, para quem ganha um salário mínimo em 2025,, o desconto é de R$ 113,85. Caso não haja outros descontos não fixos, o salário líquido neste caso deve ser de R$ 1.404,15.

Já para quem ganha dois salários mínimos, o desconto é de R$ 257,73. Caso não haja outros descontos não fixos, o salário líquido neste caso deve ser de R$ 2.778,27.

 

O que é descontado do salário?

Os descontos obrigatórios no contracheque do trabalhador que ganha acima do salário mínimo podem chegar a 41,5% da remuneração mensal. Esse percentual é composto por:

Até 14% de desconto para o INSS;

27,5% correspondente à última faixa do IR.

Nem todos os trabalhadores pagam esse percentual, porque a alíquota do Imposto de Renda é progressiva e isenta uma faixa de remuneração. A base de cálculo com isenção especifica remunerações até R$ 2.259,20.

 

Por outro lado, em alguns casos o total descontado pode ser superior a esse percentual, pois pode incidir desconto do vale-transporte e outros não obrigatórios, como:

Desconto por faltas e atrasos;

Desconto decorrente de empréstimo consignado;

Desconto referente ao adiantamento quinzenal, se houver;

Contribuição sindical;

Plano de saúde médico e/ou odontológico;

Pensão alimentícia.

“Os descontos não podem ultrapassar percentual de 70% do valor do salário”, explicou Nelson Mannrich, professor da Faculdade de Direito da USP e sócio do Mannrich e Vasconcelos Advogados, em uma entrevista concedida ao Valor em dezembro de 2024.

 

Como é calculado o aumento do salário mínimo?

O cálculo do reajuste do salário mínimo para 2025, seguindo a política de valorização do salário mínimo estabelecida pela Lei nº 14.663/23, considerou o valor de R$ 1.412 e a aplicação de:

Inflação de 12 meses até novembro do ano anterior, conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC);

Avanço do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes, limitado a 2,5% pela alteração realizada pelo Congresso Nacional na lei nº 15.077/24.

Com a vigência da política de valorização do salário mínimo, o piso é atualizado a partir da soma dos índices de inflação do ano anterior, medida pelo INPC, e de crescimento do PIB de dois anos anteriores, limitado agora a 2,5%.

“De forma mais simples, há uma política para repor as perdas inflacionárias (reajuste) de um lado, e, de outro, para aumentar efetivamente o valor do salário mínimo (aumento). Em caso de PIB negativo, o salário mínimo é somente ajustado com o índice de inflação”, explica Mannrich.

 

Reajuste no eSocial

O reajuste do salário mínimo deve ser registrado no Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas, mais conhecido como eSocial, de modo manual pelo empregador através da plataforma sistema antes do fechamento da folha de pagamento do mês.

O empregador deve efetuar login por meio da plataforma GovBR. Uma vez dentro do sistema, deve-se selecionar a opção "Gestão de Trabalhadores", e em seguida "Dados Contratuais", informado o início da vigência do valor atualizado.

De forma simplificada, o reajuste do salário mínimo pode ser feito também no site ou no aplicativo eSocial Doméstico com o auxílio do assistente virtual. Em caso de férias, o reajuste deve ser feito ou antes das férias, ou, caso o empregado já esteja de férias, somente após seu retorno.

O reajuste no eSocial é estipulado apenas para trabalhadores que recebem o salário mínimo. Para os que recebem quantias superiores ao piso, o reajuste deve seguir o estipulado no contrato de trabalho. A alteração no eSocial não ocorre de forma automática.

Veja o histórico de aumento no salário mínimo:

2025 - R$ 1.518,00 - Decreto nº 12.342/2024

2024 - R$ 1.412,00 - Decreto nº. 11.864/2023

2023 - R$ 1.320,00 - Lei nº. 14.663/2023

2022 - R$ 1.212,00 - Lei nº. 14.358/2022

2021 - R$ 1.100,00 - Lei nº. 14.148/2021

2020 - R$ 1.045,00 - Lei nº. 14.013/2020

2020 - R$ 1.039,00 - Medida Provisória nº. 916/2019

2019 - R$ 998,00 - Decreto nº. 9.661/2019

2018 - R$ 954,00 - Decreto nº. 9.255/2017

2017 - R$ 937,00 - Decreto nº. 8.948/2016

2016 - R$ 880,00 - Decreto nº. 8.618/2015

2015 - R$ 788,00 - Decreto nº. 8.381/2014

2014 - R$ 724,00 - Decreto nº. 8.166/2013

2013 - R$ 678,00 - Decreto nº. 7.872/2012

2012 - R$ 622,00 - Decreto nº. 7.655/2011

2011 - R$ 545,00 - Lei nº. 12.382/2011

2010 - R$ 510,00 - Lei nº. 12.255/2010

2009 - R$ 465,00 - Lei nº. 11.944/2009

2008 - R$ 415,00 - Lei nº. 11.709/2008

2007 - R$ 380,00 - Lei nº. 11.498/2007

2006 - R$ 350,00 - Lei nº. 11.321/2006

2005 - R$ 300,00 - Lei nº. 11.164/2005

2004 - R$ 260,00 - Lei nº. 10.888/2004

2003 - R$ 240,00 - Lei nº. 10.699/2003

2002 - R$ 200,00 - Medida Provisória nº. 35/2002

2001 - R$ 180,00 - Medida Provisória nº. 2.142-1/2001

2000 - R$ 151,00 - Lei nº. 9.971/2000

1999 - R$ 136,00 - Lei nº. 9.971/2000

1998 - R$ 130,00 - Lei nº. 9.971/2000

1997 - R$ 120,00 - Lei nº. 9.971/2000

1996 - R$ 112,00 - Lei nº. 9.971/2000

1995 - R$ 100,00 - Lei nº. 9.032/1995

1994 - R$ 70,00 - Medida Provisória nº. 598/1994

 

Qual o salário ideal para viver no Brasil?

De acordo com cálculos recentes do Dieese, o salário mínimo em 2024 representou apenas 20,85% do necessário para viver no Brasil. O percentual é ainda abaixo do que representava o mínimo em 2020, primeiro ano de pandemia, quando o salário-base equivalia a 23,3% do ideal.

Para chegar ao valor do salário mínimo ideal, o Dieese usa como referências:

 

A previsão constitucional, segundo a qual o salário mínimo deve ser capaz de atender as necessidades do trabalhador e sua família quanto a moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social;

O Decreto-Lei nº 399, que estabelece que o gasto com alimentação do trabalhador adulto não pode ser inferior ao custa da Cesta Básica de Alimentos;

A família composta por 2 adultos e 2 crianças, e a hipótese de que estas consomem o equivalente a um adulto.

Em entrevista concedida ao Valor em dezembro de 2024, a socióloga Adriana Marcolino, diretora técnica do Dieese, explica que primeiro é calculado o gasto com alimentação, a partir da cesta básica para uma família de quatro pessoas. A partir de então são incluídos gastos com saúde, habitação e vestuário.

“Os outros dados a gente calcula a partir do que eles representam na POF [Pesquisa de Orçamentos Familiares]: peso da habitação, do transporte, do vestuário. Com isso, a gente chega ao valor do salário mínimo necessário”, explica.

Apesar da discrepância, o economista José Ronaldo Souza Jr., chefe da Leme Consultores e professor do IBMEC, explicou em entrevista ao Valor em dezembro de 2024 que não é possível para o Brasil adotar o valor do salário ideal. Primeiramente, porque o país não é produtivo o bastante para fomentar o aumento de forma sustentável. Depois, porque o custo da folha de pagamento na iniciativa privada poderia impulsionar a informalidade.

O equilíbrio macroeconômico seria a condição ideal para o Brasil começar a pensar em aumentos expressivos do mínimo, defende.

 

“Várias políticas públicas, como piso das aposentadorias e pensões do INSS, o BPC [Benefício de Prestação Continuada], o abono salarial, vários programas de transferência de renda são indexados ao salário mínimo. Se aumenta em termos reais um dos principais indexadores dos gastos públicos brasileiros, você gera problema em termos de perspectiva de solvência para o governo e faz com que tenha várias reações, entre elas o aumento dos juros futuros, variação cambial, perda de poder de compra, instabilidade macroeconômica. É bastante direto o efeito”, acrescenta o economista.

 

Salário mínimo regional

A definição de um salário mínimo regional é autorizada pela Lei Complementar nº. 103, de 14 de julho de 2000, e beneficia categorias que não têm o piso estabelecido em lei federal, convenção ou acordo coletivo de trabalho.

O valor tende a ser diferente do salário mínimo fixado em lei federal.

 

No entanto, se o piso regional

No entanto, se o piso regional não acompanhar o valor mínimo nacional, as categorias ficam resguardadas pelo salário mínimo instituído.

“Em tese, essa regionalização faz muito sentido. Primeiro, porque o custo de vida varia de região para região, então só isso seria um motivo razoável. Outra questão bastante clara é que o nível de produtividade e complexidade da economia é diferente, então, as regiões teriam condições diferentes de pagar esse salário maior”, avalia José Ronaldo Souza Jr., economista-chefe da Leme Consultores e professor do IBMEC, em entrevista ao Valor em dezembro de 2024.

Atualmente, cinco estados têm salário mínimo regional:

 

Salário mínimo de São Paulo

O valor do salário mínimo em São Paulo passou a ser de R$ 1.804 em 1º de julho de 2025. O aumento foi de 10% sobre o valor anterior (R$ 1.640).

Não há divisão de faixas salariais, como em outros estados.

 

Salário mínimo do Rio de Janeiro

Ainda não há previsão de reajuste no valor do salário mínimo do estado do Rio de Janeiro para 2025. O piso é dividido em seis faixas de pagamento e tem sido o mesmo desde 2019, quando foi publicada a última atualização.

Faixa 1: R$ 1.238,11;

Faixa 2: R$ 1.283,73;

Faixa 3: R$ 1.375,01;

Faixa 4: R$ 1.665,93;

Faixa 5: R$ 2.512,59;

Faixa 6: R$ 3.158,96.

 

Salário mínimo do Rio Grande do Sul

O governo estadual reajustou para R$ 1.656,52 o salário mínimo regional. O aumento de 5,25% começou a ser aplicado já no salário de dezembro de 2024. As faixas de pagamento ficaram assim:

 

Faixa 1: R$ 1.656,52;

Faixa 2: R$ 1.694,66;

Faixa 3: R$ 1.733,10;

Faixa 4: R$ 1.801,55;

Faixa 5: R$ 2.099,27.

 

Salário mínimo de Santa Catarina

O salário mínimo regional de Santa Catarina foi instituído pela Lei Complementar 459/2009, com vigência para o ano de 2010. De lá para cá, entidades representativas dos trabalhadores e dos empregadores têm acordado quanto aos reajustes. O piso catarinense é dividido em quatro faixas:

 

Faixa 1: R$ 1.612,26;

Faixa 2: R$ 1.670,56;

Faixa 3: R$ 1.769,14;

Faixa 4: R$ 1.844,40.

 

Salário mínimo do Paraná

O estado do sul do Brasil tem o maior salário mínimo, inclusive em comparação ao piso estabelecido pelo governo federal. A negociação do reajuste é feita a partir da Lei Estadual n° 21.350/2023, que dispõe sobre a política de valorização do Piso Salarial do Paraná até 2026. Se nacionalmente os trabalhadores devem receber pelo menos R$ 1.412, o salário mínimo no Paraná foi dividido da seguinte forma:

 

Faixa 1: R$ 1.856,94;

Faixa 2: R$ 1.927,02;

Faixa 3: R$ 1.989,86;

Faixa 4: R$ 2.134,88.

Fonte: Valor Econômico

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